Redes Sociais
As redes sociais tomaram a internet de assalto e transformaram a forma de relacionamento entre as pessoas. Com suas qualidades e defeitos, plataformas como o Facebook, Orkut e Twitter hoje fazem parte do cotidiano da maioria dos cidadãos conectados em todo o planeta. Mas, para fazer parte do mundo corporativo, esse tipo de tecnologia ainda precisa trilhar um longo caminho.
Entre as empresas, o desejo de tirar proveito das facilidades de comunicação proporcionadas pelas mídias sociais é grande. Ao menos em áreas como marketing, muitas empresas já possuem projetos que incluem uma maior interação com os participantes de comunidades online ou canais alternativos de contato com clientes por meio de aplicativos como o Twitter.
O problema desses sistemas, no entanto, está no nível de maturidade da tecnologia, que impede ações mais ousadas e estratégicas dentro das empresas. Tirar proveito da velocidade de comunicação de um Twitter ou da facilidade de contato do Facebook, por exemplo, ainda depende de ferramentas mais robustas e modelos de comercialização adequados.
Ao mesmo tempo, existe uma barreira cultural muito forte dentro das companhias em adotar ferramentas voltadas, primariamente, para consumidores finais. O mundo corporativo, nesse ponto, é muito conservador. Mas tem suas razões.
A primeira preocupação, sempre, é com segurança. “O Facebook, por exemplo, não é um lugar adequado para guardar informações corporativas”, afirma David Mario Smith, analista da consultoria Gartner, especialista na área de colaboração. Para Smith, é natural o movimento de entrada das redes sociais nas empresas. Mas, o analista ressalta que as opções atualmente disponíveis na internet não são ferramentas corporativas.
Desafios tecnológicos
Como no caso de qualquer outro software ou serviço voltado para o mercado corporativo, existem padrões e níveis de disponibilidade mínimos que precisam ser atendidos para as empresas poderem colocar o sistema em ambiente de produção. “Ferramentas gratuitas podem ser utilizadas em uma primeira fase, na qual as empresas testam o conceito”, afirma o consultor sênior da TGT Consult, Waldir Arevolo. Nas etapas seguintes, quando o sistema começa de fato a fazer parte do negócio, alguma garantia tem de ser oferecida.
Segundo Arevolo, ainda leva cerca de dois a três anos para que a tecnologia de redes sociais atinja um nível de maturidade aceitável para o ambiente corporativo. Mas as empresas devem demorar até cinco anos para entender e aceitar completamente o conceito. Smith, do Gartner, também acredita em, no mínimo, dois anos de prazo para a “maioridade” da tecnologia.
Enquanto isso, e diante da demanda, começam a surgir fornecedores de versões corporativas de plataformas muito conhecidas entre os usuários domésticos. Arevolo cita o Yammer, tipo de microblog, como o Twitter, que permite a troca de mensagens em ambiente controlado, próprio para as corporações. Na área de comunidades online, existe o Wiggo, plataforma de colaboração parecida com o Facebook, mas também voltada para companhias.
O mercado tende a presenciar um movimento forte de consolidação, segundo Arevolo, antes de atingir o grau de maturidade desejado pelas empresas. Grandes fornecedores, entre eles IBM, Oracle e EMC, devem adquirir empresas iniciantes ou mesmo agregar ferramentas de redes sociais em suas ofertas. “As grandes empresas de tecnologia vão oferecer ferramentas de redes sociais na modalidade de serviço, aproveitando a computação em nuvem”, afirma o analista.
Para Smith, são os grandes fornecedores, de fato, que vão massificar o uso de aplicativos de mídia social dentro das empresas. As start-ups que investem no mercado corporativo estão se colocando em uma boa posição para uma possível negociação de compra. E enquanto isso não acontece, as plataformas e aplicativos atualmente disponíveis na internet vão catequizando usuários e pressionando, cada vez mais, as empresas a modernizarem seus meios de comunicação. É um caminho sem volta.
Fonte: Computerworld
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